Mitos sobre superdotação estão presentes em muitas conversas e, por vezes, dificultam a compreensão adequada desse fenômeno. Segundo Alexandre Costa Pedrosa, um dos maiores equívocos é acreditar que pessoas superdotadas possuem desempenho excepcional em todas as áreas do conhecimento. Na realidade, a superdotação não significa perfeição ou facilidade universal, mas sim um conjunto de habilidades específicas que podem se manifestar de formas diferentes em cada indivíduo.
Ao longo deste artigo, serão discutidos os principais mitos relacionados à superdotação e a falsa percepção de que essas pessoas não enfrentam dificuldades.
O que realmente significa ser superdotado?
A superdotação está relacionada ao desenvolvimento de altas habilidades em determinados domínios, como lógica, matemática, linguagens, artes ou até liderança. No entanto, isso não implica que a pessoa apresente a mesma facilidade em outros campos. De acordo com Alexandre Costa Pedrosa, muitos superdotados têm áreas de grande destaque, mas também enfrentam desafios semelhantes aos de qualquer outra pessoa em outras disciplinas.
Além disso, o conceito de inteligência é multifacetado. Enquanto alguns brilham em cálculos complexos, outros demonstram criatividade extraordinária em expressões artísticas. É essencial compreender que cada trajetória é única, o que derruba o mito da excelência absoluta em todas as áreas.
Superdotação garante sucesso acadêmico e profissional?
Outro equívoco comum é pensar que o superdotado sempre terá um caminho de sucesso garantido. A realidade mostra que fatores emocionais, sociais e educacionais exercem papel fundamental no desenvolvimento. Muitos superdotados sofrem com desmotivação escolar, falta de estímulo adequado e até isolamento social, o que pode comprometer o rendimento e dificultar conquistas futuras.
É importante compreender que o sucesso não depende apenas da capacidade intelectual. Aspectos como resiliência, apoio familiar e acompanhamento pedagógico adequado são igualmente determinantes. Sem isso, o potencial pode ser subaproveitado ou até gerar frustrações profundas. Além disso, expectativas exageradas impostas pela sociedade, pela família ou até pelo próprio indivíduo podem gerar uma pressão constante por resultados impecáveis.

Quando esse padrão idealizado não é alcançado, sentimentos de ansiedade, baixa autoestima e até quadros de estresse podem surgir. Em muitos casos, o superdotado não falha por falta de capacidade, mas por ausência de orientação adequada para canalizar suas habilidades de forma saudável e equilibrada. Para Alexandre Costa Pedrosa, programas de incentivo e políticas educacionais inclusivas são fundamentais para evitar que o potencial dessas pessoas se perca em meio a estruturas pouco adaptáveis.
Como identificar e apoiar superdotados?
Esse mito é especialmente prejudicial. Há uma falsa ideia de que pessoas com altas habilidades não precisam de apoio educacional ou emocional. No entanto, muitos superdotados enfrentam desafios significativos, como déficit de atenção, dificuldades em rotinas rígidas ou até mesmo problemas emocionais ligados à pressão por resultados. Conforme Alexandre Costa Pedrosa, a escola e a família devem estar atentas às particularidades de cada aluno superdotado.
O primeiro passo é compreender que a superdotação não é um “rótulo universal” que define facilidade em tudo. A identificação deve ser cuidadosa, observando tanto o desempenho acadêmico quanto características como criatividade, pensamento crítico e capacidade de resolução de problemas. Uma vez identificada, a criança ou o adulto superdotado precisa de acompanhamento adequado. Isso pode envolver programas de enriquecimento curricular, incentivo às áreas de interesse e, principalmente, suporte socioemocional.
Desmistificando a superdotação
Ao analisar os principais mitos sobre superdotação, fica claro que não se trata de uma habilidade global ou de uma superioridade em todas as áreas. Cada superdotado é único, com potencialidades específicas e também com desafios a superar. Segundo Alexandre Costa Pedrosa, compreender essa diversidade é essencial para promover ambientes de aprendizagem mais justos e inclusivos.
Autor: Valery Baranov