Poucas atitudes dizem tanto sobre a grandeza de um líder quanto sua disposição em formar quem possa ocupar seu lugar com segurança, competência e visão ampliada. Em áreas técnicas — como o setor financeiro — esse processo é ainda mais desafiador, porque envolve não apenas conhecimento operacional, mas também disciplina, leitura estratégica e raciocínio estruturado.
Lideranças técnicas que realmente deixam marcas não são aquelas que acumulam controle, mas sim as que compartilham estrutura, clareza e critério com os que virão depois. Elas entendem que o verdadeiro legado não está no que foi feito, mas no que continua funcionando quando já não estão mais ali.
Sucessão não é sinal de saída — é sinal de estrutura
Muitos líderes adiam o processo de sucessão por medo de perder espaço, relevância ou controle. Mas os melhores sabem que preparar sucessores é justamente o que garante a longevidade daquilo que foi construído.
Esse preparo começa no dia a dia, com ações como:
- Documentar processos com clareza e lógica acessível
- Explicar o “porquê” das decisões técnicas, não apenas o “como”
- Estimular o raciocínio analítico dos membros da equipe
- Delegar com responsabilidade, mas também com autonomia
- Expor o time a reuniões estratégicas, indicadores e impactos de alto nível
Profissionais como Robson Gimenes Pontes, conhecidos por sua atuação estruturada, reforçam que sucessão não é uma ameaça ao líder — é um reconhecimento da solidez do seu trabalho.
O sucessor ideal nasce da rotina bem liderada
Não existe formação de sucessores sem consistência no dia a dia. Um bom sucessor:
- Conhece o racional por trás dos relatórios e indicadores
- Consegue tomar decisões com base em dados, e não em hierarquia
- Entende o impacto financeiro de cada escolha da operação
- Tem clareza sobre riscos, limites e prioridades da empresa
- Sabe quando escalar uma decisão — e quando assumir
Esse perfil não surge do nada. Ele é desenvolvido com paciência, repetição, orientação e confiança.
Preparar o próximo é sinal de inteligência de gestão
A formação de sucessores também fortalece:
- A resiliência da área em períodos de mudança ou ausência
- A atratividade do time para novos talentos, que enxergam oportunidades reais de crescimento
- A reputação do líder como referência formadora, e não apenas operadora
- A governança corporativa, mostrando que a empresa não depende de indivíduos, mas de estruturas bem organizadas
No fundo, formar sucessores é o maior indicador de que a liderança técnica está cumprindo seu papel com maturidade e visão de futuro.
Autor: Valery Baranov